Projeto surpreendente está resgatando a memória da cidade com um simples… JOGO DA MEMÓRIA

Enquanto muita gente passa correndo pelas ruas de Anápolis, Gustavo Luiz, designer gráfico apaixonado pela cultura local, decidiu parar, olhar, e mostrar pra todo mundo que por trás de cada esquina existe uma história incrível que está sendo esquecida.

Foi em um evento cultural que a faísca acendeu 🔥

Danilo lançou um jogo de memória sobre a cidade… e a ideia de transformar isso em uma jornada histórica interativa não saiu mais da cabeça de Gustavo, que já produzia vídeos sobre os cantinhos especiais de Anápolis. “Eu descobri lugares que nem sabia que eram patrimônios históricos, mesmo andando muito pela cidade”, conta.

Confira a entrevista com o criativo jovem:

1. Como surgiu a ideia do projeto Jogo da Memória? O que te inspirou a criar essa proposta que une história e interatividade?

A ideia nasceu durante um evento em que o Danilo lançou um jogo de memórias. Como eu já fazia vídeos mostrando pontos interessantes de Anápolis, conversamos sobre unir isso com conteúdos mais detalhados sobre a história dos patrimônios da cidade. O que me inspirou de verdade foi descobrir lugares que nem imaginava que eram considerados patrimônios — e olha que eu ando bastante pela cidade! Alguns me surpreenderam completamente.

2. Qual é o principal objetivo do projeto? Você busca resgatar a memória histórica da cidade, promover educação patrimonial ou algo mais?

Nosso foco principal é conscientizar e incentivar as pessoas a conhecerem mais sobre a história e a cultura da cidade. Isso valoriza muito o lugar onde vivemos. Queremos promover essa valorização e também evitar o esquecimento de espaços históricos — especialmente em uma cidade com mais de 100 anos como Anápolis, onde muita coisa importante acaba ficando de lado.

3. Como funciona o projeto na prática? Há um jogo físico, digital ou é uma dinâmica presencial nos pontos históricos?

Existe sim um jogo físico, que funciona como guia para as visitas. As ilustrações são feitas pela Allyne e os textos são da Andreza. O projeto é apresentado nas escolas públicas de Anápolis. Já eu contribuo transformando os cards do jogo em vídeos para as mídias digitais, trazendo mais alcance e interatividade.

4. Quais locais históricos de Anápolis já foram incluídos no projeto? Pode citar alguns pontos que marcaram as ações até agora?

Até agora, visitamos 6 lugares, mas ainda temos cerca de 10 patrimônios materiais e 2 imateriais a explorar. Um ponto que me marcou muito foi o Mercado Municipal. Além de me trazer lembranças da infância, percebi que muita gente também tem memórias afetivas ligadas a ele. É emocionante ver esse tipo de conexão.

5. Como é feita a escolha dos locais que serão visitados? Existe alguma curadoria histórica ou parceria com especialistas?

A regra principal é que o local seja um patrimônio material ou imaterial reconhecido. Recebo a curadoria e as orientações da equipe da Secretaria de Cultura, que dá todo o suporte na parte histórica.

6. Qual tem sido a reação do público que participa? Alguma história marcante já aconteceu durante as visitas?

O mais valioso pra mim são as memórias que emergem nas visitas. Cada lugar tem sua história e sua importância, e é muito emocionante ver pessoas que ainda estão vivas e presenciaram a criação de pontos históricos da cidade. Isso dá um peso muito especial ao projeto.

7. Você tem apoio institucional, como da prefeitura, escolas ou entidades culturais? Há alguma parceria atual ou em vista?

Tenho o apoio da Secretaria de Cultura, principalmente nas pesquisas e questões burocráticas. Mas, por enquanto, é só — todo o resto sai do meu bolso mesmo, rs. Estou aberto a parcerias, tanto para divulgação quanto para participação no projeto. Seria ótimo conseguir apoio para melhorar os materiais e os equipamentos usados nas produções.

8. Qual a sua formação ou relação com a história e a cultura de Anápolis? O que te conecta pessoalmente com esse projeto?

Sou designer gráfico de formação, mas trabalho com marketing em geral. Sempre fui muito ligado à parte alternativa da cidade. Aqui em Anápolis, o conservadorismo chega ao ponto de virar o rosto pra tudo que é cultural — mesmo quando é justamente a cultura que explica como chegamos até aqui. Minha conexão com o projeto vem dessa vontade de dar visibilidade a tantos colegas da cultura e do social que lutam pra serem vistos, mas raramente conseguem.

9. Você pensa em expandir o projeto para outras cidades ou formatos? Há planos futuros para o Jogo da Memória?

Acho incrível a ideia de explorar a história e cultura de outros municípios ou até estados. Não coloco limites quanto às mídias ou formatos. Por enquanto, não tenho planos específicos de expansão, mas mantenho a mente aberta e sigo conforme as ideias dos proponentes do projeto.

10. Qual a mensagem que você gostaria de deixar para os anapolinos com esse projeto? O que você espera que as pessoas levem consigo após participarem?

Espero que a cidade aprenda a valorizar e a visitar a sua própria história. O ser humano está aqui pra aprender e passar conhecimento para as próximas gerações — e estamos falhando nisso. Incentivem seus filhos e parentes a se envolverem com a cultura, o turismo e o social. O mundo é grande, mas Anápolis também é. E a nossa história merece ser lembrada.

Pelas ruas de Anápolis
Histórica Fonte do Mercado Municipal
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